Sabes o que eu faria contigo, agora, Caso a vida me desse folga? Mira os teus ouvidos no martelo E suas loucas investidas na bigorna. Olha nos passarinhos tão distantes... Aqueles que cantam soltos, e os tristes. Que uns lhes chamam encantados, E outros chamam anjos Que dedilham a lira e as estrelas, dançam. Te diria que tudo isso é mudo e surdo Mas perceptíveis à alma quieta E de sentidos mais apurados. Apontava-te o verde mais intenso, porões da mata. Dos vales que eu nunca vou pisar. E falava-te das minhas vontades Aquelas mais desertas, além, além As que eu quero tirar da minha visão Que só farei quando aprender a voar. Mostrava-te o retrato que me fala Nas vezes que o procuro na gaveta, Que a saudade é mesmo um castigo, E condenados somos tantas vezes. Mostrava-te um poema de Fernando Pessoa Que ele fez, perdido dentro das pessoas. E assina quietas, as venturas da lua, E o que a gente escuta, que é Deus falando A voz que a gente decifra quando quer. Segredava-te baixo em teu ouvido, E se acordasses te faria dormir de novo. Mas a palavra lembrada em seu tempo Eu me obrigaria a falar. Falava-te do velho camponês, Que guarda zeloso seu rebanho, E veio o vento tão impetuoso E não arrastou nem um do seu ganho. Citava a contravenção do tempo Levando escondido em seus bornais Amores que a gente pensa uma vida Encontrar, amar, pra depois separar.
2 Comments:
Férias a nao eskecer !!!
Beijinhos
EU TE DIRIA
Sabes o que eu faria contigo, agora,
Caso a vida me desse folga?
Mira os teus ouvidos no martelo
E suas loucas investidas na bigorna.
Olha nos passarinhos tão distantes...
Aqueles que cantam soltos, e os tristes.
Que uns lhes chamam encantados,
E outros chamam anjos
Que dedilham a lira e as estrelas, dançam.
Te diria que tudo isso é mudo e surdo
Mas perceptíveis à alma quieta
E de sentidos mais apurados.
Apontava-te o verde mais intenso, porões da mata.
Dos vales que eu nunca vou pisar.
E falava-te das minhas vontades
Aquelas mais desertas, além, além
As que eu quero tirar da minha visão
Que só farei quando aprender a voar.
Mostrava-te o retrato que me fala
Nas vezes que o procuro na gaveta,
Que a saudade é mesmo um castigo,
E condenados somos tantas vezes.
Mostrava-te um poema de Fernando Pessoa
Que ele fez, perdido dentro das pessoas.
E assina quietas, as venturas da lua,
E o que a gente escuta, que é Deus falando
A voz que a gente decifra quando quer.
Segredava-te baixo em teu ouvido,
E se acordasses te faria dormir de novo.
Mas a palavra lembrada em seu tempo
Eu me obrigaria a falar.
Falava-te do velho camponês,
Que guarda zeloso seu rebanho,
E veio o vento tão impetuoso
E não arrastou nem um do seu ganho.
Citava a contravenção do tempo
Levando escondido em seus bornais
Amores que a gente pensa uma vida
Encontrar, amar, pra depois separar.
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